Deus criou o casamento e as relações conjugais com o objetivo de que o homem fosse feliz;e para que fosse ainda mais feliz traçou interações saudáveis e funcionais no seguinte pensamento: "Não é bom que o homem esteja só [...]" e assim colocou a seu lado uma ajuda adequada.O convite para se converter em um sistema familiar básico chega nas seguintes palavras: "Por esta razão,o homem dexará pai e mãe e se unirá à sua mulher,e eles se tornarão uma só carne". (Gn 2:18-24).
O estranho do caso é que esse projeto divino para a humanidade que chamaremos de "convivência" se tornou um dos maiores problemas para as igrejas;problemas que se traduz em amargura,confusão,conflito,alienação e,por fim,inúmeras atitudes disfuncionais.
As estatíticas a respeito do divórcio apresentam notícias não muito alentadoras.Vemos que as possibildades de que o primeiro casamento acabem em divórcio,no período de 40 anos,são de 67%.A metade dos divócios ocorre durante os primeiros sete anos.Há também estudos que mostram que o índice de divórcios para o segundo casamento é 10% maior em relação ao primeiro casamento.
Esses problemas são enfrentados pelos casais jovens,maduros,por crentes e outros totalmente agnósticos;todos provenientes das diversas classes socioeconômicas,mas todos com falahs estruturais.
Desejamos apresentar quatro propostas que encontramos em nosso trabalho clínico e que podem ajudar os casais.
Evite os mitos na relação quanto ao que deve ser a felicidade conjugal
Observamos em sessões de terapia familiar que os casais convivem com fundamentos sustentados por uma porcentagem significativa de mitos;esses mitos são falsos e destrutivos.
Muitos casais recém-casados dizem: "Nós sempre seremos felizes e,com a ajuda de Deus,nunca teremos conflitos". Porém,os casais felizes não têm uniões perfeitas.Assim sendo,imagine o que passa pelas mentes dos recém-casados que sentem que o mundo desaba diante de sua primeira briga.
Há ainda muitos outros mitos.Por exemplo,o que diz: "A habilidade de boa comunicação e a resolução de conflitos ajudam os casais". Isso é verdade para os casais que desfrutam de uma boa "ginástica emocional" diária e que,segundo Gottman,são de categoria olímpica.
Outro mito destrutivo é o que diz que os problemas de personalidade é que arruinam o casamento.
Há também o que diz que as atividades afins unem mais os casais.Tudo isso é mito.Quando há consciência de que não passam de mitos difíceis de serem derrubados é que têm início as mudanças mediante a ajuda de Deus.
Não subestime as pequenas brigas
Observamos que os casais minimizam seus pequenos conflitos deste o namoro e isso,pela repetição,se solidifica com o tempo até que se formam estruturas comportamentais com as quais sse tem de conviver por anos.Mais tarde se tornam em obstáculos para felicidade e para a adequada administração dos conflitos conjugais normais.
Temos visto que há,pelo menos,três tipos de casais:os que brigam quase todos os dias;os que brigam semanalmente,de duas a três vezes;e os que parecem que nunca brigam.Desses,os que têm maiores chances de naufragar são os que parecem nunca brigar,seguidos por aqueles que brigam diariamente.Por quê? Não faze caso do que a Bíblia diz:" Apanhai-me as raposas,as raposinhas,que devastam os vinhedos,[...]." (Ct 2:15)
Se os pequenos conflitos fossem enfrentados como a Bíblia orienta:"Caso se ire,não se deixam levar ao pecado nem permitam que a noite os encontra ainda irados." (Ef 4:26),o efeito cumulativo e sua posterior carga não derrubariam a estrutura conugal.Siga a Bíblia,mas se não der resultado e já passou mais de uma semana,é hora de tomar a decisão de investir tempo e recursos para buscar ajuda profissional.
Busque ajuda profissional especializada o quanto antes
Muitas vezes,chegam a nosso consultório casais que vêm para ver o que "pode ser feito" por eles,ou apenas para " um pequeno conselho" que os ajude.O problema é que muitas vezes a relação já submergiu;não viram a tempo o "sinal" que anunciava que algo não ia bem e que deveriam tomar medidas rápidas.Gottman chama esses "sinais" de "os quatro cabaleiros do Apocalipse".
O primeiro deles são as críticas.É bom saber que há diferenças entre as queixas e as críticas; a primeira está focada nos comportamentos específicos;a crítica envolve culpa e difamação.O segundo cavaleiro é a depreciação.Sinais dess conduta são o sarcasmo,o ceticismo,os insultos,as gozações e o humor hostil.O terceiro cavaleiro é a atitude defensiva,ou seja,culpar o cônjuge por nossas desgraças.Por fim,o quarto cavaleiro,é a atitude evasiva que é mais comum entre os homens.Atente para estes sinais.
No casamento os problemas não são conjugais,mas pessoais
Muitas vezes os casais perdem toda a objetividade e entram em desespero: "Pastor,creio que acabou". Quem não dirá o mesmo,se a lente com a qual olha sua relação deteriorada é dos preconceitos pessoais,somados aos mitos?Quando você se uniu ao seu cônjuge,veio com sua visão pessoal da vida,seus próprios costumes e estilo de vida particular.
Isso sem falar nos problemas pessoais e situações traumáticas que cada um carrega e que,talvez,nunca foram tratados.Eis aqui a importância do preparo pré-nupcial,dirigido por especialistas,que ajudam a cada um dos noivos a ver seus pontos fortes e fracos a fim de estar apto a enfrentar o casamento.Consciente das desigualdades o casal estará em melhores condições de enfrentar as diferenças e deixar de lançar a culpa na relação,oiu pior,no outro.
Atentemos ainda para o que o apóstolo escreveu: "[...]eu digo a todos vocês que não se achem melhores do que realmente são.Pelo contrário,pensem com humildade a respeito de vocês mesmo,e cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe deu." (Rm 12:3).
Conclusão
Resumindo,lembremos que sem trabalharmos adequadamente os mitos,deixando de subestimar os pequenos conflitos aparentemente inofensivos,sem buscarmos a ajuda profissional a temp e não depois,e nos lembrarmos que o problema não é a relação conjugal mas nossos próprios problemas pessoais não solucionados,não estaremos nos colocando no devido caminho na rota da felicidade e da compreensão no casamento.