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          Marcos 16:15
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Marcos 16:15
Lição da Escola Sabatina
 
Da confissão à consolação
VERSO PARA MEMORIZAR: “Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não Te retardes, por amor de Ti mesmo, ó Deus meu; porque a Tua cidade e o Teu povo são chamados pelo Teu nome” (Dn 9:19).

LEITURAS DA SEMANA: Dn 9; Jr 25:11, 12; 29:10; 2Rs 19:15-19; Mt 5:16; Tg 5:16

O capítulo 9 de Daniel contém uma das grandiosas orações da Bíblia. Em momentos cruciais de sua vida, o profeta recorreu à oração para enfrentar os desafios que estavam diante dele. Quando ele e seus colegas estavam prestes a ser mortos por causa do misterioso sonho de um rei pagão, o profeta se aproximou de Deus em oração (Dn 2). E quando um decreto real proibiu petições a qualquer deus, exceto ao rei, Daniel continuou fazendo suas orações diárias em direção a Jerusalém (Dn 6). Portanto, ao considerarmos a oração em Daniel 9, lembremo-nos de que a visão das 2.300 tardes e manhãs em Daniel 8 havia impactado grandemente o profeta. Embora os contornos gerais dessa profecia tivessem sido explicados, Daniel não conseguiu compreender o período de tempo comunicado no diálogo entre os dois seres celestiais: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Dn 8:14). Somente no capítulo 9 o profeta recebeu mais luz, e dessa vez, também, em resposta à fervorosa oração.
Sábado à tarde
Domingo
A centralidade da Palavra de Deus

1. Leia Daniel 9:1, 2. Daniel disse que havia entendido “pelos livros” a profecia que ele estava estudando tão cuidadosamente. A qual livro ou livros da Bíblia ele se referiu? Assinale a alternativa correta:
A. (  ) O livro de Oseias.
B. (  ) Os livros de Moisés e dos profetas.

Ao examinarmos a oração de Daniel, fica claro que ela surge de um estudo aprofundado da revelação anterior de Deus a Moisés e aos profetas. Tendo descoberto, a partir do livro de Jeremias, que seu período de cativeiro duraria setenta anos (veja Jr 25:11, 12; 29:10), Daniel compreendeu a importância do momento histórico em que vivia.
Tenhamos em mente que Daniel fez essa oração em 539 a.C., o ano em que o Império Persa substituiu Babilônia. Portanto, quase setenta anos haviam se passado desde que Nabucodonosor tinha conquistado Jerusalém e destruído o templo. Sendo assim, de acordo com a profecia de Jeremias, os israelitas logo retornariam à sua terra natal. Confiando na Palavra de Deus, Daniel sabia que algo importante estava prestes a acontecer ao seu povo e que, assim como Deus havia prometido em Sua Palavra, o exílio em Babilônia terminaria em breve, e os judeus voltariam para seu país.
A partir do estudo das Escrituras que lhe eram disponíveis, Daniel também percebeu a gravidade dos pecados de seu povo. Por ter quebrado a aliança, ele havia rompido seu relacionamento com Deus; a consequência inevitável foi, portanto, o exílio (Lv 26:14-45). Assim, o estudo da revelação de Deus fez com que Daniel compreendesse os tempos e lhe deu um senso de urgência para pleitear com o Senhor em favor do povo.
Ao nos aproximarmos dos últimos dias da História da Terra, precisamos mais do que nunca estudar a Palavra de Deus e viver de acordo com ela. Somente as Escrituras podem nos apresentar uma explicação autoritativa do mundo em que vivemos. Afinal, elas narram o grande conflito entre o bem e o mal e, assim, revelam que a História humana se encerrará com a destruição do mal e o estabelecimento do reino eterno de Deus. Quanto mais estudamos a Bíblia, compreendemos melhor a situação contemporânea do mundo, percebemos nosso lugar nele e reafirmamos nossas razões para ter esperança em meio a um mundo que não oferece nenhuma esperança.

Como a Bíblia nos ajuda a compreender este mundo, que, por si só, parece não ter sentido?
Ano Bíblico: Dt 16, 17
Ano Bíblico: Dt 14, 15
Segunda-feira
Um apelo à graça

2. Leia Daniel 9:3-19. Com base em que Daniel fez seu apelo por misericórdia? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. (  ) Com base no bom procedimento de Israel.
B. (  ) Com base na justiça do Senhor e em Sua misericórdia.

Devemos observar especialmente alguns pontos na oração de Daniel: Primeiramente, em nenhuma parte da oração o profeta pediu qualquer tipo de explicação para as calamidades que haviam acontecido com o povo judeu. Ele sabia o motivo. De fato, na maior parte da oração o próprio Daniel explicou a razão para essas calamidades: “Não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas Suas leis, que nos deu por intermédio de Seus servos, os profetas” (Dn 9:10). A última vez em que vimos Daniel necessitando compreender alguma coisa foi no fim do capítulo 8, quando ele declarou que não compreendia a visão das 2.300 tardes e manhãs (Dn 8:27).
O segundo ponto é que essa oração é um apelo à graça de Deus, à Sua disposição de perdoar Seu povo, mesmo que tivesse pecado e feito o mal. Em certo sentido, vemos aqui uma poderosa ilustração do evangelho, de pessoas pecadoras que não tinham mérito próprio, mas que buscaram a graça que não merecem e o perdão ao qual não têm direito. Não é esse um exemplo da nossa situação individual diante de Deus?

3. Leia Daniel 9:18, 19. Que outra razão Daniel deu para que o Senhor respondesse à sua oração? Assinale a alternativa correta:
A.(  ) A honra do nome de Deus.
B.(  ) A promessa de que não pecariam mais.

Outro aspecto da oração de Daniel merece ser mencionado: o apelo à honra do nome de Deus. Ou seja, a oração não foi motivada pela conveniência pessoal de Daniel nem de seu povo, mas por causa do próprio Deus (Dn 9:17-19). Em outras palavras, uma resposta positiva à oração do profeta traria honra ao nome de Deus.

Leia 2 Reis 19:15-19. Em quais aspectos a oração de Ezequias se parece com a de Daniel? De acordo com Mateus 5:16, como podemos também glorificar a Deus?
Terça-feira
O valor da intercessão

4. Leia Daniel 9:5-13. O profeta repetiu várias vezes a expressão “temos pecado”, incluindo-se assim nos pecados que, em última análise, trouxeram tamanha calamidade para a nação. Por que isso é significativo?

A oração de Daniel é apenas uma entre outras importantes orações intercessórias contidas na Bíblia. Essas orações tocam o coração de Deus, evitando o juízo e trazendo, em vez disso, o livramento dos inimigos. Quando Deus estava pronto para destruir toda a nação judaica, a intercessão de Moisés reteve Suas mãos (Êx 32:7-14; Nm 14:10-25). Mesmo quando a seca severa estava prestes a consumir a terra, Deus respondeu à oração de Elias e derramou chuva para renovar a terra (1Rs 18).
Ao orarmos por membros da família, amigos e outras pessoas ou situações, Deus ouve nossas orações e pode intervir. Às vezes, pode levar certo tempo para que uma oração seja respondida, mas podemos ter a certeza de que Deus nunca Se esquece das necessidades de Seus filhos (veja Tg 5:16).
Em sua oração, Daniel desempenhou a função de intercessor, ou mediador, entre Deus e o povo. A partir de seu estudo das Escrituras, o profeta percebeu como o povo havia se tornado pecaminoso ao transgredir a Lei de Deus e se recusar a ouvir Suas advertências. Portanto, reconhecendo a condição espiritual desesperada da nação, Daniel orou por cura e perdão. Mas o profeta também se identificou com as pessoas. Em alguns aspectos, Daniel ilustrou o papel de Cristo como nosso Intercessor (Jo 17). No entanto, há uma diferença radical: Cristo é “sem pecado” (Hb 4:15) e, por isso, não precisa confessar pecado pessoal nem oferecer sacrifícios pelo perdão pessoal (Hb 7:26, 27). Mas Ele Se identifica com os pecadores de uma maneira singular: “Aquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; para que, Nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21).

“Se juntássemos tudo o que é bom e santo, nobre e belo no ser humano, e apresentássemos o resultado aos anjos de Deus, como se desempenhasse uma parte na salvação da humanidade ou na obtenção de mérito, a proposta seria rejeitada como traição” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 24). O que essas palavras ensinam sobre nossa necessidade de um Intercessor em nosso favor?
Ano Bíblico: Dt 21-23
Quarta-feira
A obra do Messias

A oração intercessória de Daniel aborda dois assuntos principais: os pecados do povo e a desolação de Jerusalém. Portanto, a resposta de Deus trata das petições a respeito dessas duas questões. Mediante a obra do Messias, o povo seria redimido, e o santuário seria ungido. Contudo, as duas petições específicas foram respondidas de maneiras que transcendem o horizonte histórico imediato de Daniel: a obra do Messias beneficiaria toda a humanidade.

5. Leia Daniel 9:21-27. Que obra deveria ser feita dentro do período de 70 semanas? Por que somente Jesus podia realizá-la?

1. “Fazer cessar a transgressão”. A palavra hebraica para “transgressão” (pesha’) sugere a violação proposital da parte de um inferior contra um superior (por exemplo, Pv 28:24). Essa palavra também ocorre na Bíblia a respeito da declarada oposição dos seres humanos a Deus (Ez 2:3). Contudo, mediante o sangue de Jesus, a rebelião contra Deus é aniquilada, e o homem recebe os méritos que fluem do Calvário.
2. “Dar fim aos pecados”. O verbo ?lah?têm tem o significado de “selar” e, nesse texto, significa que o pecado é perdoado. Desde a queda, a humanidade tem sido incapaz de viver de acordo com os padrões de Deus, mas o Messias cuidaria de nossos fracassos.
3. “Expiar a iniquidade”. Como Paulo declarou: “Aprouve a Deus que, Nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio Dele, reconciliasse Consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a Terra, quer nos Céus” (Cl 1:19, 20). De igual maneira, nesse texto somente Jesus pode proporcionar essa realidade.
4. “Trazer a justiça eterna”. Cristo tomou o nosso lugar na cruz e, por meio disso, concedeu-nos a bendita condição de “ser justos” diante de Deus. Somente pela fé podemos receber essa justiça que vem do Senhor.
5. “Selar a visão e a profecia”. Quando Cristo Se ofereceu em sacrifício, as profecias do Antigo Testamento que apontavam para Sua obra expiatória foram seladas, no sentido de terem sido cumpridas.
6. “Ungir o Santo dos Santos”. O Santo dos Santos mencionado aqui não é uma pessoa, mas um lugar. Portanto, a declaração se refere à inauguração do ministério de intercessão de Cristo no santuário celestial (Hb 8:1).


Ano Bíblico: Dt 24, 25
Quinta-feira
O calendário profético

No fim da visão das 2.300 tardes e manhãs, Daniel ficou atônito porque não podia entendê-la (Dn 8:27). Dez anos depois, o anjo Gabriel veio para ajudar o profeta a “entender” a visão (Dn 9:22, 23). Essa última revelação apresenta as informações que faltavam e mostra que a obra do Messias devia ser cumprida no final de um período de setenta semanas. De acordo com o princípio do dia/ano e o decorrer dos eventos preditos, as setenta semanas devem ser entendidas como 490 anos. O ponto de partida para esse período é a ordem para restaurar e reconstruir Jerusalém (Dn 9:25). Essa ordem foi dada por Artaxerxes em 457 a.C. e permitiu que os judeus, sob a liderança de Esdras, reconstruíssem Jerusalém (Ed 7). O texto bíblico diz que as setenta semanas estavam “determinadas” ou “cortadas”. Isso indica que os 490 anos foram cortados de um período maior, isto é, dos 2.300 anos designados na visão do capítulo 8. Portanto, os 2.300 anos e os 490 anos devem ter o mesmo ponto de partida, ou seja, 457 a.C.
As setenta semanas se dividem em três seções: sete semanas, sessenta e duas semanas e a septuagésima semana.
As sete semanas (49 anos) provavelmente se refiram ao tempo da reconstrução de Jerusalém. Depois das sete semanas, haveria sessenta e duas semanas (434 anos) até ao “Ungido, ao Príncipe” (Dn 9:25). Assim, 483 anos após o decreto de Artaxerxes, no ano 27 d.C., Jesus foi batizado e ungido pelo Espírito Santo para a Sua missão messiânica.
Na septuagésima semana, outros eventos cruciais aconteceriam: (1) seria “morto o Ungido” (Dn 9:26), o que se refere à morte de Cristo; (2) o Messias faria “firme aliança com muitos, por uma semana” (Dn 9:27). Essa era a missão especial de Jesus e dos apóstolos à nação judaica. Ela seria realizada durante a última “semana”, de 27 a 34 d.C.; (3) porém, “na metade da semana”, faria “cessar o sacrifício e a oferta de manjares” (Dn 9:27). Três anos e meio depois do Seu batismo (isto é, no meio da semana), Jesus encerrou o sistema sacrificial, no sentido de que este já não tinha mais significado profético, oferecendo-Se como o sacrifício final e perfeito da nova aliança, anulando assim a necessidade de sacrifícios de animais. A última semana da profecia das 70 semanas terminou em 34 d.C., quando Estêvão foi martirizado, e a mensagem do evangelho começou a alcançar não apenas os judeus, mas também os gentios.

6. Leia Daniel 9:24-27. Mesmo em meio à grande esperança e à promessa do Messias, lemos sobre violência, guerra, desolação. Como isso nos dá a certeza de que, em meio às calamidades da vida, ainda existe esperança?
Ano Bíblico: Dt 26-28
Sexta-feira
Estudo adicional

O quadro abaixo revela como a profecia das 70 semanas de Daniel 9:24-27 se liga com a profecia dos 2.300 anos de Daniel 8:14 e constitui seu ponto de partida. Se contarmos 2.300 anos a partir de 457 a.C. (lembrando de apagar o ano zero inexistente), obtemos 1844; ou, se contarmos os 1810 anos restantes de 34 d.C. (2.300 menos os primeiros 490 anos), também chegaremos a 1844. Portanto, fica demonstrado que a purificação do santuário, mencionada em Daniel 8:14, começou em 1844.
Note igualmente como a data de 1844 se encaixa com o que vimos em Daniel 7 e 8. Isto é, o juízo em Daniel 7, que é igual à purificação do santuário em Daniel 8 (veja as lições das últimas duas semanas), ocorre após os 1.260 anos de perseguição (Dn 7:25) e, todavia, antes da segunda vinda de Jesus e do estabelecimento de Seu reino eterno.
Ano Bíblico: Dt 29-31
Ano Bíblico: Dt 18-20
Neste gráfico, considere os principais pontos da profecia dos 2.300 anos:

Perguntas para discussão
1. Os estudiosos têm dito, e com razão, que a profecia das 70 semanas faz parte da profecia dos 2.300 dias. Até certo ponto, as duas são realmente apenas uma profecia. Por que eles dizem isso? Quais evidências respaldam essa afirmação?
2. Como a oração de Daniel nos ajuda em nossa vida de oração intercessória?
3. O sacrifício de Cristo em nosso favor é a nossa esperança. Como isso deve nos manter humildes e, ainda mais importante, tornar-nos amorosos e perdoadores em relação aos outros? O que Lucas 7:40-47 nos ensina?
4. As Escrituras foram centrais à oração de Daniel e à sua esperança. Afinal, a nação havia sido barbaramente derrotada, devastada e exilada. Todavia, ele acreditava que o povo voltaria para o lar. Onde ele poderia ter obtido essa esperança a não ser na Bíblia e nas suas promessas? O que isso revela sobre a esperança que também podemos ter nas promessas da Palavra?